18.5.09

Festival Eurovisão da Canção

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No ano em que nasci, José Cid cantou e encantou com "Um Grande, Grande Amor". Conseguiu recolocar-nos entre os 10 melhores. Mas foi 'sol de pouca dura' a julgar pelos maus resultados que se prolongaram por mais de uma década.
Mas para a pequenada, eu incluída, não havia maus resultados. O Festival Eurovisão era um acontecimento único nas nossas brincadeiras. Ficava em pulgas à frente da televisão, à espera que anunciassem a canção portuguesa, que logo ficava no ouvido, para ser cantarolada vezes sem conta no dia seguinte.
Recordo vagamente a letra da música "Conquistador" e os Da Vinci, mas muito bem a de "Amor D'Água Fresca" da Dina. Nucha e Dulce Pontes não ficaram no ouvido por não serem 'cantáveis', ou pelo menos não tanto quanto a Anabela e "A Cidade (Até Ser Dia)".

Em 1994 cheguei a pensar que íamos fazer história com Sara Tavares a "Chamar a Música", mas o melhor que conseguimos foi um 8º lugar. No ano seguinte, "Baunilha e Chocolate" de Tó Cruz não convenceu e, por esta altura, o Festival da Eurovisão começou a perder aquele fascínio que nos cravava frente à televisão, aquele sentimento que se renovava ano após ano, de acreditarmos piamente que tínhamos canção para chegar finalmente ao top. Mas ano após ano assistíamos às contagens finais e Portugal não conseguia pontos suficientes para chegar à vitória.
Desde a nossa primeira participação no Festival da Eurovisão, não conseguimos ir além de um 6º lugar em 1996 com a canção "O Meu Coração Não Tem Cor" interpretada por Lúcia Moniz. Coroou-nos de glória e acreditámos ser possível ir mais longe, mas todas as nossas esperanças saíram goradas ao termos ficado na última posição e sem pontuar em 1997. Nunca mais recuperámos. O sentimento mudou, estávamos lá mas acho que sem acreditarmos verdadeiramente sermos capaz de vencer. As participações que se seguiram falam por si. Nunca mais conseguimos ficar entre os 10 melhores. Nem mesmo Vânia Fernandes e a "Senhora do Mar (Negras Águas)" em 2008. Iludiu os mais crentes com a sua voz portentosa e pontos conseguidos durante a fase de apuramento, chegando a ser considerada por muitos como uma forte candidata à vitória, mas não conseguiu ir além da 13ª posição.



De novo lançados na ribalta das expectativas, Flor-de-Lis e a canção "Todas as ruas do amor" mais uma vez favorita à vitória (esta parece ser a nossa sina, gostam da nossa prestação, mas na hora de votar, "valores mais altos se levantam"), não ficou além da 15ª posição.
Considerando que levámos 43 canções a concurso desde 1964,
a nossa posição média na tabela de classificações é o 14º lugar, não estivemos portanto muito longe do nosso lugar cativo.
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Será que devíamos ter levado ao Festival da Eurovisão a Luciana Abreu?

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