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A gripe fez mais uma vítima: moi même!
O momento era propício a desaires e, quer queiramos quer não, quando estamos doentes pensamos sempre no pior.
Tomada pela febre, devo ter alucinado e deixei-me levar pelo devaneio de pensar que a minha pessoa iria contribuir para engrossar as estatísticas, iria tornar-me no segundo caso (sem o alarido do primeiro, mas ainda assim) de Gripe Suína/A (H1N1) no nosso país.
Imaginei o destaque que o mesmo iria ter: notícia de abertura de Telejornal (ou a merecida interrupção de emissão), notícia de primeira página em todos os jornais diários, notícia de última hora online. Enfim, o caso andaria na boca do Mundo...
Coloquei a Ministra da Saúde a dar mais uma conferência de imprensa dando conta que não há sinais para alarme, uma vez que fiquei em casa de quarentena durante 3 dias, logo sem qualquer possibilidade de haver lugar a contágio. Acrescentaria que está aguardar o resultado das análises para oficializar a subida no ranking.
Os sintomas estavam lá, quanto a isso não havia dúvidas. Febre repentina, dores no corpo, congestionamento nasal, calafrios e mal-estar geral.
Comecei a pensar onde poderia ter contraído a doença, seria das visitas diárias a Revolutionary Road - Connecticut - para privar com os Wheeler (o livro que estou a ler)?
Não vi por lá ninguém alarmado e não percebi que se falasse sequer no assunto.
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Subitamente ouço a campainha e em seguida sinto o cheirinho a canjinha quente com limão e hortelã que a boa da vizinha se lembrou de trazer.
Veio posteriormente a confirmar-se que era gripe de facto, mas na sua estirpe mais clássica. Não houve conferência de imprensa, não houve destaque e não houve subida no ranking mundial de casos confirmados de Gripe Suína/A (H1N1).
Só mais um caso de gripe a juntar aos milhares nesta época!
13.5.09
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