31.3.09

“Yes we Can” por quem sabe

>>
Nas palavras de Obama, “o herói desconhecido desta campanha, (...) o homem que construiu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América”.
David Plouffe esteve em Lisboa e explicou como conseguiu a vitória dita “impossível”.
O segredo? Segundo Plouffe, está em acreditar no poder das novas tecnologias e de voluntários bem motivados para um novo ideal.
A realidade americana não difere muito da nossa no ponto em que “as pessoas se sentem divorciadas da política”e foi aqui que Plouffe fez história ao unir o cidadão comum em torno não de “uma campanha mas para uma causa”. Numa era de “crise de liderança, em que a população ouve mais o vizinho, porque se revê nele, do que o Governo, no qual não acredita”, apostou-se no contacto directo com as comunidades. Plouffe não tem dúvidas, “o motor deste movimento de bases foram as redes sociais, através das quais contactamos directamente com pessoas que não estariam voltadas sequer para ir votar”. Conseguiu-se desta forma que a mensagem chegasse individualmente a cada cidadão. O mesmo aconteceu com os voluntários, que “foram sendo conquistados através da Internet”. E é graças a todos os voluntários angariados por este movimento e às suas contribuições (em média cada donativo foi de 85 dólares) que, refere Plouffe, a presidência goza de independência face aos lobbies tradicionais.
Poder-se-á dizer que Plouffe jogou a seu favor tudo o que as novas tecnologias tinham para oferecer, sem medo: “Não basta ter a tecnologia, é preciso acreditar nela”.

“Se acreditarmos nas pessoas, lhes dermos uma noção clara do papel que desempenham num projecto ou numa organização, elas irão sobressair”. Esta é sem dúvida a grande conclusão a que chegamos.
>>
E para mim, é aqui que reside o sucesso de toda esta campanha: pessoas altamente motivadas e envolvidas numa causa comum, cientes de qual o seu papel no todo e que acreditaram piamente poder fazer a diferença.
E assim conseguiram colocar Obama na presidência!

Citando Palavras [1]

>>
“Carlos Queiroz provou o que se desconfiava: é um dos melhores técnicos-adjuntos do futebol mundial.”
João Miguel Tavares, Diário de Notícias

Geralmente não sou dada a comentários futebolísticos, mas não posso deixar de concordar com este “reparo” mordaz.
E mais um a juntar a este, esperemos que seja hoje o dia em que Queiroz corta a barba...!

(Queiroz terá dito que só corta a barba quando Portugal marcar dois golos numa partida)

Citando [6]

"A solidão é muito bela, mas quando se tem perto de si alguém a quem o dizer"
Bécquer, Gustavo

30.3.09

2019

>>
Este texto descreve de forma hilariante, um futuro que poderá não estar assim tão distante. O Cartão Único veio afunilar esta realidade...

- Telefonista:
Pizza Hut, boa noite!
- Cliente:
Boa noite, quero encomendar Pizzas...
- Telefonista:
Pode-me dar o seu NIN?
- Cliente:
Sim, o meu Número de Identificação Nacional é o 6102 1993 8456 5463 2107.
- Telefonista:
Obrigada, Sr. Lacerda. O seu endereço é na Avenida Paes de Barros, 19, Apartamento 11, e o número do seu telefone é o 21549 4236, certo? O telefone do seu escritório na Liberty Seguros, é o 21 574 52 30 e o seu telemóvel é o 96 266 25 66, correcto?
- Cliente:
Como é que conseguiu todas essas informações?
- Telefonista:
Porque estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central.
- Cliente:
Ah, sim, é verdade! Quero encomendar duas Pizzas: uma Quatro Queijos e outra Calabresa...
- Telefonista:
Talvez não seja boa ideia...
- Cliente:
O quê...?
- Telefonista:
Consta na sua ficha médica que o senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe categoricamente escolhas perigosas para a saúde.
- Cliente:
Claro! Tem razão! O que é que sugere?
- Telefonista:
Por que é que não experimenta a nossa Pizza Superlight, com Tofu e Rabanetes? O senhor vai adorar!
- Cliente:
Como é que sabe que vou adorar?
- Telefonista:
O senhor consultou a página 'Receitas Gulosas com Soja' da Biblioteca Municipal, no dia 15 de Janeiro, às 14:27 e permaneceu ligado à rede durante 39 minutos. Daí a minha sugestão...
- Cliente:
Ok, está bem! Mande-me então duas Pizzas tamanho familiar!
- Telefonista:
É a escolha certa para o senhor, a sua esposa e os vossos quatro filhos, pode ter a certeza.
- Cliente:
Quanto é?
- Telefonista:
São 49,99€
- Cliente:
Quer o número do meu Cartão de Crédito?
- Telefonista:
Lamento, mas o senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu Cartão de Crédito foi ultrapassado.
- Cliente:
Tudo bem. Posso ir ao Multibanco levantar dinheiro antes que chegue a Pizza.
- Telefonista:
Duvido que consiga. A sua Conta de Depósito à Ordem está com o saldo negativo.
- Cliente:
Meta-se na sua vida! Mande-me as Pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?
- Telefonista:
Estamos um pouco atrasados. Serão entregues em 45 minutos. Se estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar duas Pizzas na moto, não é lá muito aconselhável. Além de ser perigoso...
- Cliente:
Mas que história é essa? Como é que sabe que eu vou de moto?
- Telefonista:
Peço desculpa, mas reparei aqui que não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado. Mas a sua moto está paga e então, pensei que fosse utilizá-la.
- Cliente:
Foooddddddd.......!!!!!!!!!
- Telefonista:
Gostaria de pedir-lhe para não ser mal educado... Não se esqueça de que já foi condenado em Julho de 2006 por desacato em público a um Agente da Autoridade
- Cliente:
(Silêncio).
- Telefonista:
Mais alguma coisa?
- Cliente:
Não. É só isso... Não. Espere... Não se esqueça dos 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção.
- Telefonista:
O regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 095423/12, proíbe a venda de bebidas com açúcar a pessoas diabéticas...
- Cliente:
Aaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!!!! Vou atirar-me pela janela!!!!!
- Telefonista:
E torcer um pé? O senhor mora no rés-do-chão!

Ruivós “mais perto do mundo”

>> "Pequena aldeia do concelho do Sabugal ainda não tem rede de saneamento básico, mas já pode aceder gratuitamente à Internet."

Só faltou dar pulos de alegria (estou a exagerar claro!) quando vi a notícia no Jornal SOL sobre esta pequena aldeia do Interior que ficou ligada ao mundo através da Internet. Mas o que tem a notícia ou esta pequena aldeia de tão especial? Aparentemente, NADA!
Não fosse o facto de estar localizada a pouco mais de alguns quilómetros de outra terrinha – Rapoula do Côa – a minha terrinha!
A iniciativa partiu da Junta de Freguesia local, que decidiu oferecer aos seus habitantes acesso à Internet sem fios e desta forma permitir a todos estarem mais perto do resto o mundo e dos seus que estão lá fora.
>>
Só não consigo entender uma coisa, porque insistem sempre em trazer à tona as deficiências em vez de dar o devido mérito a este tipo de iniciativas? Porque não podem simplesmente louvar o facto de uma aldeia querer aproximar os seus, estejam eles onde estiverem?
Não têm saneamento básico, e depois? Esse é o menor dos seus problemas, a população soube suprir essa necessidade e viver assim até aqui.
A minha terrinha, Rapoula do Côa, à semelhança de Ruivós, com pouco mais de 100 habitantes, difere apenas no facto de já estar ligada à rede de saneamento básico.
O que muda na realidade? Nada!
Toda a gente se lembra das obras, dos canos que foram obrigados a instalar, muitos acredito não sabendo muito bem com que finalidade. Passados estes anos, a Estação de Tratamento existe, mas nunca ninguém a viu funcionar, mais parece largada ao abandono.
Retiro o que disse, ao que parece o aspecto de normal de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais é mesmo esse – mais parece largada ao abandono – isto porque não se vê vivalma, não se ouve a estação a funcionar e os tanques estão cheios de ervas.
(artigo completo aqui >>)

24.3.09

Uma alegria para sempre

>>
"As coisas que não conseguem ser
olvidadas continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as
datas não datam. Só no mundo do nunca
existem lápides... Que importa se –
depois de tudo – tenha "ela" partido,
casado, mudado, sumido, esquecido,
enganado, ou que quer que te haja
feito, em suma? Tiveste uma parte da
sua vida que foi só tua e, esta, ela
jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado. E abrem-se no teu
sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto
deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
disse, há cento e muitos anos, um poeta
inglês que não conseguiu morrer."

Mário Quintana

(dedico-te D. este poema. Há certos momentos que se abrem no meu sorriso, essa será para sempre a tua "contribuição".)

23.3.09

Primavera com Poesia

>>
A Primavera está chegando, mentem aqueles que declaram que ela chegou!
A data dita o dia, mas ainda não ouvi as andorinhas, ainda não vi o sol em todo o seu esplendor.
A Primavera chegou, dizem!
Cruza o seu caminho a Poesia. O dia dita a data, as ruas transbordam de rimas e vemos naquela esquina ali à frente o “Descobridor da Natureza”, que apregoa com alma: “Aos meus versos que partem para a humanidade. (...) / Escrevi-os e devo mostrá-los a todos (...) / Quem sabe quem os lerá? / Quem sabe a que mãos irão? / Ide, ide de mim! (...) / Passo e fico, como o Universo.”
E enquanto a sensação não passa, adormeço sentada, embalada pelas palavras que mais parecem borboletas.
Acordo quando a meu lado encontro sentado “o Argonauta das sensações verdadeiras” que me confessa “ olho para as flores e sorrio… / Não sei se elas me compreendem / Nem se eu as compreendo a elas, / Mas sei que a verdade está nelas e em mim / E na nossa comum divindade / De nos deixarmos ir e viver pela Terra / E levar ao colo pelas Estações contentes/ E deixar que o vento cante para adormecermos / E não termos sonhos no nosso sono.”
E com vontade dançamos, rodopiamos até ser noite e começarem a surgir no horizonte as estrelas da manhã.
A Primavera chegou, continuam a dizer, onde está que não a vejo? Serei só eu...
Quero “o dia cheio de sol”, quero colorir de verde o “renque de árvores lá longe, lá para a encosta” para que este deixe de ser apenas verso, o desabrochar das flores e do seu perfume, a brisa que começa a ser quente e que nos convida a ficar mais um instante naquela esplanada, naquele fim de tarde.
Poeta das coisas simples, tu que escreves sobre a Natureza, não vês que manténs a Primavera prisioneira das tuas sensações?
Sei que queres fazer “ (...) sentir aos homens falsos / A existência verdadeiramente real das flores e dos rios. (...)”, mas por favor liberta-a dos teus versos para que possa ser Primavera!

(os destaques são Poemas de Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos)
>> Homenagem ao dia 21 de Março – início da Primavera, Dia Mundial da Árvore e Dia Mundial da Poesia

19.3.09

Valha-nos o protuguês...

>>
«(...) ambos os executivos continuaram ligados ao grupo após abandonarem os cargos que ocupam (...)» (in Meia Hora – 19.03.2009)

Recorte de Jornal [4]

>>










(Meia Hora)
>>
Haja Dinheiro!
É desta que Obama vai aos arames...!
Anda um a fazer campanha apelando à contenção enquanto outros dividem entre si 165 milhões de dólares em prémios.

As ‘Verdades’ da Igreja Católica

>>
«O Papa Bento XVI declarou hoje que a distribuição de preservativos não é a resposta adequada para se ajudar a África a combater a sida.»

A caminho dos Camarões e Angola, Bento XVI tem a resposta - abstinência sexual.

Começa a ser deveras preocupante pensar que a Igreja Católica acredite seriamente que este seja o único caminho para conter a propagação das infecções com HIV.
Mas em que mundo é que a Igreja Católica vive? Não pode ser neste século!
Será que continua crente no princípio da infalibilidade do Papa e que a Verdade da Igreja é absoluta e por isso não deve nem pode ser contestada?! Que fundamentalismo é este?
>>
Mas mais absurdo que este, só mesmo o discurso do arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, que acusava os europeus de infectarem propositadamente preservativos e medicamentos anti-retrovirais com o vírus da sida "para acabar com o povo africano". "Os preservativos não são seguros porque eu sei que há dois países europeus que estão a produzi-los com o vírus de propósito", afirmava o arcebispo. "Eles querem acabar com o povo africano. Querem colonizar tudo. Se não tivermos cuidado, estaremos liquidados dentro de um século" e, também ele afirmava que a abstinência era o único meio de travar o contágio da doença. Não indicou, contudo, quais eram os países, gostava de saber!
>>
O flagelo da SIDA no continente africano é real (estima-se que sejam 23 milhões os infectados) e não é apelando aos preceitos sagrados do matrimónio e pedindo aos jovens para se absterem de terem relações sexuais que o problema vai conhecer solução. Há toda uma realidade cultural que não pode ser menosprezada!
Esta ‘santa’ mensagem pode mesmo vir a comprometer os esforços de milhares de voluntários que já têm dificuldade em sensibilizar a população africana para o uso do preservativo como a melhor forma de prevenção contraceptiva no combate ao vírus do HIV.
Pior a emenda que o soneto.
Ainda que acredite nisso, a Igreja não pode obrigar os seus crentes a não fazer sexo, da mesma forma que os que estão de facto a mover esforços para travar a doença não podem fazer mais do que pedir o uso do preservativo. Depois disso, é uma questão de consciência e não de dogma!

17.3.09

Pedaços de Inspiração [1]

>>
PROCUREI...


...o CAMINHO certo,
mas voltei atrás tantas vezes que me perdi;
...um ATALHO e continuei nele até só encontrar encruzilhadas;
...as FLORES fruto do acaso nesse caminho,
mas só encontrei espinhos;
...seguir as PEGADAS de alguém,
mas não me reconheci nelas;
...um ARCO-IRIS de cores,
mas só consegui pintar tudo a cinzento;
...a PERFEIÇÃO daquilo que tocava,
mas só consegui emaranhar-me em mais insatisfação;
...o DIA ao anoitecer, invertendo a ordem das coisas,
mas não consegui que fizessem caso;
...lembrar de um SONHO bonito,
mas só consegui dormir e esquecer;
...acordar e deixar de PENSAR,
mas não consegui afastar a realidade para tão longe quanto gostaria;
...GRITAR,
mas só o silêncio compareceu;
...(re)começar a VIVER, intensamente,
mas não consegui senão um dia de cada vez;
...falar, barafustar, baralhar as PALAVRAS ao acaso,
mas não consegui que fizessem qualquer sentido;
...o ORGULHO de ainda ser,
último reduto para não ficar à margem de mim mesma.
Fechei os olhos por um instante...e PROCUREI.
Procurei-me mas só encontrei pedaços de alguém e,
...quando deixei de procurar ENCONTREI.

16.3.09

O Terceiro Segredo




>>
Resumindo tudo a uma frase:
A verdade de uns não tem necessariamente de ser a verdade de outros.
Impressões sobre este livro fantástico no Palavras Impressas
clica aqui >>

13.3.09

Citando [5]

"O segredo para não ter tédio, pelo menos para mim, é ter ideias"
Delacroix, Eugène

Página 161, 5ª Frase (Parte II)

>>
Faltam precisamente 100 páginas para chegar ao fim do livro, para chegar à verdade.
Tenho por hábito (mania diria mesmo!) de envolver o livro que estou a ler numa capa de papel, o que estiver à mão, para o proteger de riscos e outras maldades, por considerar um livro um objecto sagrado.
Dado que desta forma não é possível saciar no imediato a curiosidade de quem olha, vem de lá a pergunta: O que é que estás a ler? em seguida a resposta e a reacção.
Regra geral, associam o título do livro aos segredos de Fátima mas, não vão estar enganados, perguntam a confirmar. Após obterem a confirmação de que não estavam enganados, é bem visível a expressão de, e aqui é difícil encontrar o termo que melhor define esta expressão, arrisco o termo indiferença seguido do termo desinteresse em continuar a conversa rematando a mesma com um ah prolongado.
>>
Não deixo de pensar:
1) Se a reacção foi apenas ao tema controverso do livro;
No que toca a religião, não há discussão possível. As pessoas, regra geral, não gostam de ser chamadas a discutir abertamente aquilo em que acreditam, sejam ou não católicas. Limitam-se a manifestar a sua indignação perante determinado assunto ou situação em que a igreja esteja envolvida por considerarem a sua posição absurda (p. ex. o caso da excomunhão da mãe e dos responsáveis pelo aborto da menina de 9 anos noticiada a semana passada). Há muitas verdades, e a da igreja há muito que deixou de ser considerada absoluta para ser aceite sem qualquer contestação.
2) Se a reacção teria sido a mesma se tivesse dito que estava a ler o livro “Uma Breve História do Tempo", do astrofísico britânico Stephen Hawking;
O tema não é polémico, o livro já não anda nas bocas do mundo e também já não consta na prateleira de destaque de uma qualquer livraria, pelo que faz parte do lote dos livros esquecidos ou nunca conhecidos da maior parte dos portugueses. Quer queiramos quer não, só lhes fica no ouvido o livro adaptado a novela (caso do Equador de Miguel Sousa Tavares); o livro alvo de uma colossal campanha de marketing (caso de O Segredo de Rhonda Byrne); o livro extremamente polémico (caso de O Código da Vinci de Dan Brown); o livro fenómeno da literatura light (caso dos livros de Margarida Rebelo Pinto) e outros por um motivo igualmente relevante. Não pretendo ser exaustiva nem tecer qualquer crítica ao facto. Tudo o que «arraste» os portugueses para a leitura é bem-vindo!
3) Ou se acharam que estou não só a perder [o meu precioso] tempo a ler, como ainda tenho de o desperdiçar com um livro que não lhes diz absolutamente nada, que não vão ler com certeza para poderem depois, eventualmente, dar a sua opinião sobre o mesmo?
O que é que posso dizer?
Não quero parar de me surpreender...seja pela positiva ou não!
Ninguém me tira o instante em que embarco na aventura de escolher um livro sem conhecer o autor, a obra ou a opinião da crítica. Abonam a favor da escolha, não só o tema do livro, mas também a capa que atrai, a contracapa que levanta a ponta do véu, a letra no interior que nos convida a ler, o acaso que escolhe a página que vai ou não incitar-nos a saber um pouco mais de um relato que ainda é uma incógnita. O conjunto irá ditar se vou ou não acompanhada de um sorriso nos lábios para casa.

12.3.09

Página 161, 5ª Frase (Parte I)

>>
“O que acha que aconteceria a este conceito se as palavras de uma simples criança do campo fossem consideradas mais importantes?”
A 5ª frase completa da página 161 do livro que estou a ler “O Terceiro Segredo” de Steve Berry. A frase refere-se à questão do Papa ser considerado infalível quando fala de doutrina e da Igreja não reconhecer oficialmente importância às aparições marianas ou a algo que os videntes possam dizer.

10.3.09

Recorte de Jornal [3]

>>











(Meia Hora)
"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado"

Sendo ou não da autoria de Karl Marx, a citação traduz, polémicas à parte no caso português, uma realidade bem actual.

9.3.09

Dia Internacional da Mulher



>>
Ontem comemorou-se mais um Dia Internacional da Mulher. Mais que um dia, é um marco histórico na luta das mulheres em todo o Mundo pela igualdade de oportunidades.
Muitos olham para a data e não deixam de sentir que esta é, por si discriminatória uma vez que não temos no Calendário um Dia Internacional do Homem. Se estamos a falar de igualdade de oportunidades, não faz sentido dar-lhe este destaque! E depois temos aqueles que simplesmente a banalizam e claro, a comercializam!
Eu acho que a questão não é a data, mas o que está por detrás dela – a MULHER!

A MULHER assumida; a MULHER decidida; a MULHER amadurecida pela vida; a MULHER que dá, que espera receber; a MULHER doce, amarga; a MULHER mãe, filha, companheira; a MULHER etérea; a MULHER menina; a MULHER mundo; a MULHER rua; a MULHER complicada, descomplicada, sem complicações; a MULHER apaixonante, apaixonada; a MULHER porto, bússola; a MULHER constante, inconstante; a MULHER que ama o feio; MULHER que tira o fôlego; a MULHER perdida, que sempre encontra; a MULHER presumida e que presume; a MULHER alienada; a MULHER imprevisível; a MULHER explorada, ignorada, discriminada, desprotegida; a MULHER banhada em lágrimas; A MULHER perseguida e que persegue; a MULHER que faz das tripas coração; a MULHER dissimulada; a MULHER que não dá tréguas; a MULHER calada, obrigada a calar e a que não se cala; a MULHER grande e a GRANDE MULHER; a MULHER propriedade, a MULHER saudade; a MULHER pancada; a MULHER indefesa, indestrutível; a MULHER virtude; a MULHER futuro; a MULHER idolatrada; a MULHER cura, a MULHER que luta e a MULHER pela paz; a MULHER retrato ou simplesmente a MULHER...

Magalhanês

Pedro K.: http://bicocalado.blogspot.com/
















>>
Transformado em símbolo nacional e instrumento de política externa pelo nosso Primeiro-Ministro, eis que o Magalhães se vê envolvido em mais uma polémica.
Desta feita, descobriram-se nas instruções dos jogos didácticos do portátil erros graves de ortografia, sintaxe e gramática. Aparecem repetidamente, nos vários ecrãs desses jogos, palavras mal escritas, mal acentuadas ou inventadas, verbos mal conjugados, vírgulas colocadas ao acaso que, em vez de ajudar a utilizar esses mesmos jogos, tornam impossível entender o que as instruções pretendem.
Aqui ficam alguns exemplos, verdadeiras "pérolas":
>> "Mexe as peças puxando-las. Carrega o botão direito nelas para as virar. Selecciona uma peça e roda à volta dela para a rodar. Quando a peça pedida estiver feita, o computador vai reconhecer-la (...)."
>> "Dirije o guindaste e copía o modelo."
>> "É preciso saber manipular e carregar nos botões do rato fácilmente."
>> "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."
>> "Primeiro, organiza bem os elementos para poder contar-los (...)."

E ainda:
As instruções de cada jogo estão organizadas em três tipos de informação: "objectivo" (o propósito daquele jogo), "manual" (a forma de jogar - por exemplo, quais as teclas e como fazer cada acção) e "necessário" (os requisitos para poder jogar).
Clicando em "necessário" encontramos indicações tão diversas como "bom controlo do rato", "utilização do teclado", "ler as horas" ou "saber contar". Mas nas instruções do "Jogo de Bolas" ficamos a saber que, para essa actividade, é "necessário: cérebro".

O secretário de Estado Adjunto da Educação, Jorge Pedreira, desdramatiza dizendo que "uma coisa é certa: não é pelo facto de um programa de jogo didáctico ter erros, que isso diminui, em alguma coisa, a utilidade e a importância do projecto do computador Magalhães".
Ao que parece o erro já havia sido detectado, tendo sido efectuadas actualizações no início deste ano.
Só posso deduzir que é bem mais importante e acima de qualquer polémica, atingir a meta a que o Primeiro-Ministro se propôs ou seja, a entrega de 500 mil computadores Magalhães aos alunos do 1º ciclo do ensino básico no âmbito do programa e-escolinha. A data prevista inicialmente apontava para o final do ano lectivo, no entanto prevê-se que a totalidade dos computadores seja entregue até Abril.

6.3.09

Recorte de Jornal [2]

>>
“Descontar mais, receber menos ou trabalhar mais” são as opções que se colocam aos trabalhadores portugueses, afirmou o ex-ministro da Segurança Social, António Bagão Félix, acrescentando que “há sempre hipótese de fazer poupanças complementares e renunciar ao consumo”. Para o ex-ministro, esta é a consequência das alterações ao cálculo das pensões feita ao longo dos últimos anos. “Nos últimos 16 anos, a fórmula de cálculo das pensões já foi alterada quatro vezes, sempre no sentido da descida” do valor das reformas, lembrou Bagão Félix. (in Meia Hora)

Descontar mais – mais ainda?
Todos os meses é-me descontado um valor por conta da inscrição num sistema de protecção social (que não pedi mas disseram-me ser obrigatório) que irá garantir o pagamento de uma pensão que vou receber por conta de 40 anos de trabalho, isto se entretanto não decidirem prolongar ainda mais o início da idade da reforma.
Se fizer umas contas rápidas de merceeiro (aviso já que não sou muito boa a fazer contas de cabeça), se descontar 150€/mês (considerando já um valor superior ao actual) durante 40 anos, ou seja 480 meses, contas redondas isto dá um total de 72.000€.
Se colocasse os €€ debaixo do colchão, este seria o valor que teria ao fim destes anos todos. Pensando que ainda tenho 15 anos para curtir a minha reforma (na melhor das hipóteses!), como é que se vive com 400€/mês e tendo qualidade de vida?
Se, por outro lado, colocasse os €€ num PPR, tenho a certeza que iria conseguir rentabilizar muito mais este valor, não fossem 40 anos de entregas.
Para todos os efeitos, este parece ser o valor que vou perder! As últimas projecções do Governo indicam que até 2039 há dinheiro para pagar as pensões, mas que a partir daquela data nada está garantido.
Se não há garantias, porque temos de continuar a fazer descontos e pior, a descontar mais?
Receber menos – menos ainda?
Conhecidos como sendo os mais mal pagos da UE (estou a falar de quem trabalha e não de dirigentes), como é possível pedir aos portugueses para receberem menos ainda do que recebem actualmente? Não conheço os números, mas devem ser muitos os que sobrevivem apenas com o salário mínimo e outros com um pouco mais acima deste valor. Como é possível dizer a estes que vão passar a receber menos ainda?
Os que têm a sorte de ainda não terem perdido o emprego não param de fazer contas de sumir para esticar os €€ que por si já são curtos para alimentar as contas que não param de crescer. Com a crise perdem-se benefícios e extras por conta da conjuntura e muitos vêm o aumento dos seus salários congelado. Como é possível recebermos menos apenas para assegurar uma pensão que não está garantida à partida?
Trabalhar mais – mais ainda?
O português, regra geral, gosta de trabalhar. Mas a questão não é essa, a questão é que muitas vezes não é reconhecido monetariamente pelo seu trabalho, como é que se pede a alguém nestas condições para trabalhar mais? Pedem-se mais horas que depois são convertidas em folgas e não em €€ como seria desejável. Trabalhar mais para descontar mais e não para receber mais apenas gera mais desânimo e desmotivação laboral.
Trabalhar mais significa também passar menos tempo com a família e consigo mesmo. Como é possível manter a sanidade mental nestas condições?

Por último, Bagão Félix, lembra que há sempre a possibilidade de poupar. Poupar?
Se vamos descontar mais, receber menos e trabalhar mais para receber o mesmo, como é possível poupar? Não podemos cortar no básico! Ou melhor, não gostaríamos! Mas esta semana, num outro recorte de jornal, era 1ª página que muitas famílias já não estão a conseguir sequer cumprir o pagamento das facturas da água, da electricidade ou de gás. Estamos a falar de cumprir os pagamentos essenciais já nem falando de cumprir o pagamento de outros bens.
O mal já está feito! Pedir aos portugueses para renunciarem ao consumo é fazer campanha tarde demais. Durante anos foram concedidos créditos ao consumo por bancos e financeiras sem qualquer tipo de limitação além de não haver uma folha de vencimento para apresentar. Muitos foram os que viveram uma ilusão confortável alimentada pelo consumismo desenfreado. Atingidos subitamente pela realidade de uma taxa de juro que não parava de subir e que só parou quando se decretou oficial a Crise. Com esta começaram a sentir a pressão do desemprego ou da alteração dos rendimentos e do endividamento excessivo.
Hoje pedem ajuda. Mas hoje já não há muito a fazer a não ser tentar renegociar uma ilusão que deixou um sabor amargo e que não vamos esquecer tão cedo...

5.3.09

West Side Story – Amor sem Barreiras

>>
Inspirado na tragédia shakespeariana, “West Side Story” conta-nos a história de um amor sem limites que nasce do ódio e da rivalidade entre dois gangues - os Jets (os “americanos”) e os Sharks (imigrantes porto-riquenhos), semelhante à desavença histórica entre os Capuletos e os Montecchios. Tony (Ricardo Soler) faz de Romeu e Maria (Bárbara Barradas) de Julieta, na imagem de fundo não vemos Verona mas as ruas de Nova Iorque em finais dos anos 50.
A mítica janela, onde os amantes trocam eternas juras de amor também é outra.


Do “sonho americano” restou apenas a tragédia alimentada pelo ódio entre gangs e Maria que sobrevive à dor da perda de um grande amor.
>>
Gostei especialmente dos cenários a deslizar pelo palco, do trânsito corrido em cima da ponte, os carros que mais pareciam verdadeiras relíquias de latão, as luzes da cidade e o voz de rouxinol de Maria, sempre que ela cantava ficava com pele de galinha. Que voz!
Ainda não foi desta que um musical conseguiu encher-me as medidas! Estarei a ser demasiado exigente? Fui ver o “Jesus Cristo Superstar” e, apesar de ter gostado do espectáculo, faltou qualquer coisa para o achar genial, não estivéssemos a falar de Filipe La Féria.
Acho que tenho de tentar a revista "à portuguesa", a ver se mudo de ideias!


“Vimos propor aos vossos associados a possibilidade de assistirem ao nosso espectáculo a preços mais reduzidos, com desconto de 50% nas sessões de 3ª e 4ª Feira (3 e 4 de Março 2009) às 21.30 horas.
Desde já agradecemos a vossa disponibilidade e a divulgação desta campanha. Gratos pela vossa atenção. As Reservas.”

Quem agradece sou Eu! Obrigado empresa por facilitares uma ida ao Teatro! Nos tempos que correm, se antes já o era, hoje mais do que nunca, assistir a uma peça de teatro é um luxo!

3.3.09

Citando [4]

“Transformar o mundo não posso mas talvez possa transformar o mundo à minha volta”
Casimiro de Brito (escritor português)

2.3.09

Celebridades: Ditos e Desmentidos [1]

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Rihanna volta para o namorado
Depois de todo o burburinho, Rihanna e Chris Brown já estão juntos de novo. Ao que parece, a cantora perdoou-lhe as agressões, porque o amor falou mais alto, e não consegue estar sem ele, tal como ele não consegue passar sem ela. Para trás fica a tempestade!” >> Mais aqui
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Resta saber por quanto tempo!
Não consigo perceber que amor é este, alguém me explica por favor?
Como é que este amor pode falar mais alto que uma agressão?
Curam-se as mazelas e, à medida que desaparecem as marcas, acredita-se que não volta a acontecer porque há muito amor? Afinal “se tem ciúmes, é porque gosta de mim”!
Ainda que os tempos sejam outros, ainda há quem idealize o amor, quem considere que o ‘verdadeiro amor’ sobrevive a tudo e que vão ser capazes de mudar o parceiro que as agride. Afinal “antes ter um mau namorado que não ter namorado nenhum!”
O pior, é que embora reprovem a violência nos vários sentidos que esta possa ter, quando esta se lhes aplica, encontram justificações e desculpam a mesma por conta do amor que dizem sentir, o que as leva a tolerar e a permanecer numa relação abusiva.
Afinal “antes mal acompanhada que só” ainda que isso signifique passar de namorada a simples objecto de posse.
Que amor retorcido é este? Alguém me explica por favor?
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Será o drama da solidão?
Assistimos cada vez mais a casos de mulheres que preferem viver maltratadas pelo companheiro a viver sozinhas. Estas mulheres não se valorizam o suficiente para acreditarem que conseguem, outras nem sequer colocam essa hipótese. Conseguem ser independentes em tantas coisas, mas no que toca ao amor, não conseguem alcançar e ver além do discurso que lhes venderam sobre o amor e o romance idealizado. Acreditam que tudo passa, que ele vai mudar, basta ter um pouco de paciência!
Acredito que o amor tenha muitas facetas, mas esta, na minha visão idealizada do amor, não pode ser uma delas!

* Há imagens que valem por mil palavras!